Professor Mazza

Professor de Direito Administrativo e Tributário. Minha missão é o sucesso. 
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Escritório físico é obrigatório ou opcional?

Olá, seja muito bem-vindo, seja muito bem-vinda a mais um episódio do nosso programa “Eu Advogando Para Servidores Públicos”.

No programa de hoje nós vamos falar sobre a questão do escritório físico: para advogar, para começar a advocacia precisa ou não ter um escritório físico?

Então no nosso episódio de hoje nós vamos discutir a questão do escritório físico, se a existência dele é obrigatória ou opcional. Bom por que que tantos advogados não têm mais escritórios físicos?

A primeira grande razão que eu vejo é que, olha só, as pessoas nesse cenário de crise estão precisando diminuir despesas e, olhando para nossa atividade profissional, a despesa mais significativa é o escritório físico, é o aluguel que a gente paga pelo escritório físico, a estrutura que é preciso manter, o pessoal de apoio, então isso tem feito com que quem possui hoje escritório físico pense seriamente em não ter mais e as pessoas que estão chegando, chegando agora na advocacia, nem cogitam de ter uma estrutura como essa.

Claro que eu estou falando de quem advoga sozinho, porque se o advogado é empregado de algum escritório, se tem um escritório com muitos e muitos sócios, aí a situação é diferente né, porque quem é empregado não paga os custos do escritório, quem é sócio divide entre muitas pessoas e aí impacto fica relativamente menor, mas a falta de recursos é hoje, pelo que eu vejo, a razão mais importante, não a única, mas a mais importante para o escritório físico ter deixado de ser algo fundamental para a advocacia.

Bom, por conta desse cenário de crise, além da gente reduzir os gastos no exercício da nossa atividade, o que acaba pesando muito no final das contas, se a gente projetar esses gastos pelo prazo de 12 meses, dá um valor que é realmente desesperador, e não é só o aluguel: pessoal de apoio; a gente precisa pagar a conta de luz, conta de água, se tiver ainda telefonia fixa, tem que pagar a internet, fora tudo isso que a gente tem em casa, então há esse movimento de deixar de manter essa estrutura física e precisar de um aumento na carteira de clientes para que o pagamento dessa estrutura faça sentido né, e seja viável.

E para aumentar a carteira de clientes nós temos discutido aqui, semanalmente, as vantagens de abrir uma frente de atendimento na defesa de servidores públicos, porque as causas são escaláveis, o mercado está em crescente expansão, não tem nenhuma chance de esse mercado retrair no pequeno ou no médio prazo.

Bom e como que as pessoas têm se virado sem o escritório físico? Que eu diria até que as pessoas têm se virado muito bem sem escritório físico e obviamente que ou atendendo de casa ou atendendo via celular, muitas pessoas têm utilizado a própria casa como um escritório ou algo parecido com o escritório no local físico ou simplesmente nem um escritório fixo, nem atendendo em casa, simplesmente usando o celular, o que é uma tendência muito importante, eu não tenho a menor dúvida de que será o futuro do exercício da advocacia.

Ô Mazza e antigamente? Por que que antigamente era tão comum ou quase obrigatório sentir a necessidade de, entrou na advocacia, abrir um escritório mantendo uma estrutura lá? Primeiro porque havia uma concorrência no mercado. Sempre que a gente pensa na advocacia a gente pensa ou pensava, pelo menos, na existência de um lugar físico, uma placa ali, o telefone, onde as pessoas possam ficar, o pessoal de apoio principalmente, a necessidade que existia antigamente de arquivar os documentos do processo.

Olha só, quem é mais Tiozão que nem eu deve lembrar isso, existe ainda em muitos escritórios, antes da informatização, mas é, eu, por muito tempo vi escritórios que tinham uma espécie de um cofre né, aquele arquivo grande. Aí você entrava como se fosse numa biblioteca e ali centenas, às vezes milhares de pastas com a documentação completa de todos os processos e dos clientes. Então escritório físico era uma necessidade por causa desce acúmulo de processos ou de dados do processo, quando o processo era necessariamente um processo físico.

E havia também antigamente um certo status e uma disputa para ver qual escritório tinha mais estrutura, qual escritório tinha mais funcionários, mais colaboradores, mais estagiários, então antigamente era muito comum. Hoje ainda existem, nas grandes capitais, esses escritórios com estrutura de grandes empresas, mas isso está se tornando cada vez menos comum.

Dificilmente hoje você vê que seja aberto um novo escritório, mesmo de incidência de escritórios maiores, em que haja uma grande estrutura; é realmente relativamente raro isso daí, você percebe o sem sentido das regras da OAB, e os códigos, e as regulamentações da OAB, que tentam evitar a mercantilização da advocacia, proteção de advogados que teriam menos recursos, mas advocacia sempre girou muito em função da quantidade de recursos que o profissional tem.

Você veja: não é muito diferente de uma mercantilização o que acontecia com grandes escritórios posicionados em bairros incríveis, às vezes andares e andares, isso precisa ter muito dinheiro e já é estabelecido uma diferença, desde que eu me lembro por gente, na profissão entre profissionais que têm muito recurso para sustentar uma estrutura dessa e quem está começando, não tem um escritório de família, não tem sobrenome famoso, então muito do que a OAB tenta criar regras de restrição à publicidade, como as regras que existem, a anúncios de todo tipo, passa por cima da realidade de que a nossa profissão sempre foi profundamente desigual, refletindo a desigualdade da nossa própria sociedade.

Bom outra coisa que eu achava muito interessante, que ainda existe em muitos escritórios, é a quantidade incrível de livros que eram colocados numa biblioteca, às vezes atrás da estante, em volta da mesa de reuniões, como uma forma até de impressionar o cliente, nem tanto uma forma de consulta, mas uma forma de expor um conhecimento que estaria ali na cabeça do cliente associado a uma maior ou menor quantidade de livros.

Então essas bibliotecas, essas estantes em torno da mesa de reunião, elas transmitiam uma certa autoridade, que na cabeça do cliente fazia sentido. Hoje quando boa parte dos livros a gente acessa eletronicamente, acessa por assinaturas, acessa por meio do Kindle, não tem nem mais tanto sentido manter essas bibliotecas enormes.

Eu vejo o meu caso: quando eu fiz o meu mestrado, eu comecei o mestrado em 1999, terminei em 2003, emendei meu doutorado, terminei meu doutorado em 2005/2006, se não me falha a memória, eu precisava de muitos livros importados para escrever minha dissertação sobre agências reguladoras e a minha tese de doutorado sobre relação jurídica de administração.

Então eu comprava muitos livros, gastava todo dinheiro que eu ganhava com aulas comprando esses livros caríssimos e hoje eu não tenho onde estocar esses livros, eu não tenho. Então eles estão no depósito aqui do meu apartamento, lá junto da garagem de carros do condomínio, estão lá no depósito dentro de caixas, soterrados embaixo de árvore de Natal, mala de viagem, todo tipo de cacareco que a gente tem nesses depósitos e os livros estão lá porque não tem sentido manter mais.

Eu tenho na verdade é dó de fazer uma doação com medo de que quem receba a doação não valorize o conteúdo, que ele seja vendido como qualquer coisa, às vezes até vendido por quilo né e eu tenho muito receio e também como eu paguei muito caro por eles eu fico me apegando ainda achando que um dia talvez eu precise de algum para consulta.

Mas também os escritórios físicos, eles eram grandes repositórios de livros, ainda mais na época da advocacia 1.0, em que a consulta de jurisprudência dependia dos livros físicos que eram os repositórios de decisões. Então não deve ser da sua época, me desculpem eu sou um tiozão já, tenho 45 anos, mas os escritórios precisavam comprar metros e metros de coleções, como por exemplo, da revista dos tribunais, com decisões e decisões dos tribunais superiores e precisava fazer uma consulta em volumes separados que eram os índices de parte desse repositório. Quem não viveu essa época mal consegue imaginar o que isso significa. Então o escritório que tivesse uma boa parte da coleção, por exemplo, da revista dos tribunais, aquela coleção Lex também de repositório de jurisprudência, precisava de uma estante inteira daqueles livros pra, pra ter um mínimo de consulta.

Hoje é completamente sem sentido, a gente acessa pelo celular mesmo, muito rapidamente, qualquer julgado que a gente quer de forma mais fácil do que se fazia antes, mas isso é uma necessidade, escritório físico era indispensável até para estocar esses livros de doutrina e livros de jurisprudência.

Outra coisa interessante: o escritório físico era considerado indispensável para fazer reuniões com cliente e quantas e quantas vezes o cliente não se impressionava com um escritório muito bem localizado, escritório com muitos estagiários, muitos funcionários, com uma estrutura toda, isso sempre impressionou clientes.

Tradicionalmente, é claro que na cabeça dos clientes ficava evidente que para manter aquela estrutura toda, aquele quadro enorme de funcionários, obviamente aquela localização, aquele tamanho de imóvel, obviamente os honorários teriam que ser ou teriam que ter incorporados esses gastos todos. Então fazia sentido o cliente ir, frequentar a reunião do escritório e não se assustar tanto com o valor de honorários acima do normal, por causa daquela estrutura.

Perceba que hoje tudo isso perdeu um pouco do sentido, senão muito do sentido, mas um pouco do sentido. Eu comecei a acordar para essa realidade da ausência do escritório físico como uma imposição da nossa profissão quando eu tive contato há cinco anos atrás com alguns colegas de profissão e eram casos que a gente dividia, casos que eu encaminhava, às vezes até casos de pessoas próximas a mim que eu precisava da ajuda de amigos porque eram casos de outras áreas e eu comecei a achar muito curioso que se tornou cada vez mais comum eu falar assim: “bom onde que você tem um escritório para gente marcar uma reunião?” E ele falava assim: “você quer o meu escritório onde? Você quer o escritório do centro, pode ser também na zona sul, na zona oeste” e no primeiro momento eu, na minha tremenda inocência, achando que na mesma cidade aquele colega tinha mais de um escritório em cada bairro, pelo menos um em cada região e isso me deu uma primeira impressão, do alto da minha inocência, de uma advocacia muito próspera.

De repente começou a cair a ficha de que esses colegas obviamente eles não tinham três ou quatro escritórios espalhados pela cidade ou eles tinham parcerias para atender em escritórios de outros advogados ou eles simplesmente alugavam espaços de Coworking, como se diz hoje né, essa palavra considerada chique né e aluguéis de escritórios por hora que aqui em São Paulo, acredito que na sua cidade também se tornaram cada vez mais frequentes, e com o agravamento do nosso último ano, isolamento social e toda essa história, nós mais ainda começamos a entender que o escritório físico, quando eu falo escritório eu estou pensando nos escritórios comuns, acho que ele tende a não existir no futuro muito próximo, com algumas exceções, para atender talvez grandes empresas, para fazer atendimento de clientes em grandes causas, talvez seja o caso, mas o escritório como espaço físico, eu estou convencido que vai deixar de existir.

Muito porque nesses últimos meses, de um ano para cá, os clientes e nós percebemos que tudo ou praticamente tudo na advocacia pode ser feito remotamente, com o processo eletrônico, com os aplicativos que tornaram gratuitas as reuniões feitas ao vivo com vários participantes, com barateamento de celulares, tudo isso nos fez perceber que é plenamente possível hoje, no momento da advocacia 2.0 né, essa advocacia favorecida pela internet, desenvolver e, inclusive com as audiências virtuais, praticamente tudo que diz respeito à nossa profissão apenas usando um celular.

E isso não foi só na advocacia, é que a advocacia foi especialmente impactada por essa novidade, mas outras profissões com profissionais liberais também começaram a perceber que não é mais necessária a presença física de quem tá sendo atendido que se um atendimento remoto for feito com atenção, com dedicação exclusiva, além de não ter os riscos atuais tanto para o cliente como para nós, isso produz o mesmo resultado de uma forma mais barata para o cliente, mais rápida para o cliente, que não precisa se deslocar até o escritório, muitas vezes não precisa viajar ou a gente viajar e o cliente pagar viagem para atender ali fisicamente.

Então a nossa realidade hoje é uma realidade que revelou e está revelando a possibilidade de exercer plenamente a nossa profissão sem um espaço físico de atendimento e é curioso isso, eu tenho uma aposta e eu tenho compartilhado essa minha ideia com várias pessoas em, em Lives minhas, que hoje já é possível, e vai se tornar cada vez mais óbvia é essa realidade, exercer a advocacia ativamente em qualquer ponto do mundo, ou seja, isso já é possível e vai se tornar cada vez mais viável um advogado estar em outro país e exercer perfeitamente a advocacia atendendo clientes brasileiros localizados aqui no nosso território, desde que haja um pessoal de apoio, uma base, uma única pessoa que seja, que na eventualidade, ainda de processo físico, tenha que ir lá peticionar ou então consultar autos de processos antigos.

Uma outra necessidade documental, uma outra coisa que seja exigida dos cartórios, a presença física nos cartórios ou tabelionatos, que também tendem a desaparecer, mas eu convido você a pensar nessa nova realidade de estar em outro país exercendo plenamente a advocacia de clientes brasileiros localizados em nosso território

Pode ser que eu esteja viajando e pode ser que seja uma visão exagerada da minha parte, uma visão muito pessoal, mas eu não sei se vocês concordam comigo, se vocês concordam com esse meu ponto de vista.

Ô Mazza, repita o que você disse aí sobre a situação nossa da pandemia, do momento em que nós vivemos de isolamento, então quem pediu aqui para eu repetir nas redes sociais: a pandemia nos permitiu perceber que o escritório físico é desnecessário e tende a acabar, porque nós podemos: 1) prospectar clientes pelo celular, o que significa que não precisa mais ter um escritório físico com a placa para todo mundo ver que ali tem um advogado, que atende nas áreas x e y e havendo a necessidade de atendimento a pessoa se dirigir aquele local; nós podemos, como já é realidade de todo mundo, atender perfeitamente clientes pelo celular e via WhatsApp que às vezes é a dor e a delícia da advocacia né, nessa ordem, porque nós estamos muito acessíveis hoje com o WhatsApp, isso causa desespero para quem, como eu, tem ou já teve clientes que não tem noção de que nós temos direito a uma vida pessoal, mas essa é a realidade.

O processo eletrônico que por razões óbvias vai nos dispensando da presença física no fórum, as audiências hoje são feitas virtualmente, pelo momento em que a gente vive, mas eu tenho impressão que o Judiciário já está percebendo que não há nenhuma necessidade específica de uma audiência presencial, a não ser em casos muito excepcionais, se o cliente insistir muito em reunião presencial, nós podemos trabalhar com o serviço de aluguel por hora de estruturas de escritório, espaços de Coworking, às vezes tem até aquele serviço como se fosse de atendimento por pessoal de apoio. Então liga no número fixo. Você já deve ter visto isso né, a central ela atende a centenas e centenas de advogados e os recados são anotados ali como se fosse uma pessoa de atendimento do próprio escritório, reuniões são marcadas com eventuais clientes, às vezes até o pessoal que faz esse primeiro atendimento,  um secretário ou uma secretária, já passa a ligação para o celular do advogado, como se estivesse ali no mesmo espaço físico, o que do ponto de vista prático não traz diferença nenhuma, desvantagem alguma para o atendimento ao cliente.

Esse daí é o cerne do meu ponto de vista nessa matéria: eu tenho defendido que o escritório como espaço físico está com os dias contados e esse custo fixo de manutenção do escritório é uma despesa desnecessária. Hoje, a não ser em situações muito especiais, esse recurso que é gasto com estrutura física pode ser melhor direcionado para prospecção, então se nós economizamos 2000, 3000, 5000 reais com gastos mensais da estrutura física do escritório, nós podemos carrear esse recurso para fazer prospecção, o que trará muito mais resultado do que aquele gasto mensal.

Eu sempre tive um verdadeiro pavor de gasto fixo. É curioso isso né, eu não sei porque, deve ser por causa da criação que eu tive, não sei, mas eu sempre tive desespero daquele negócio da gente começar um mês e já começar devendo uma série de valores, Eu sempre procurei, mesmo com os meus colaboradores, ter um acordo por tarefa e não um gasto fixo, porque isso sempre foi uma razão de desespero para mim e hoje eu percebo que temos no exercício da advocacia esse gasto fixo que poderia ser dirigido, com muito mais resultado, para prospecção, pelos novos meios de prospecção de clientes e além disso é um recurso em que a gente pode investir na nossa capacitação e a economia que a gente faz com um gasto fixo enorme como esse da estrutura de um escritório, a gente pode investir na nossa capacitação, sem que isso seja uma concorrência, sem que o escritório físico concorra com o que a gente tem que gastar com, com os custos né, de uma preparação, de uma capacitação de cursos que sempre são necessários na nossa profissão.

E se para você ainda não faz sentido essa conversa de usar esses recursos na prospecção de clientes, ponha no seu radar, fique com a antena ligada, para usar uma expressão de antigamente, antena coisa da época da TV ainda, antes do a cabo, mas fique com a sua antena ligada para esses novos mecanismos de prospecção.

Começa a reparar na quantidade enorme de anúncios que nos cerca no celular, em site de busca, no YouTube, envolvendo as atividades da advocacia, tem algumas estratégias que são muito usadas, muito arrojadas no meu ponto de vista.

Eu ainda vejo com preocupação anúncios que são feitos, por exemplo, de serviço imediato advocacia, oferecendo o serviço em site de busca, robôs também que em determinadas buscas que são feitas em vários sites, eles perguntam se a pessoa precisa de um advogado, aí o robô vai encaminhando o caso para profissionais. Eu vejo isso ainda como algo que tende a gerar algum tipo de problema. Eu sempre digo que nós temos que ser conservadores quanto às regras éticas da OAB, conservadores, nós temos que interpretar as restrições da OAB da forma que reduza ao mínimo o risco de a gente sofrer aí alguma denúncia, um processo em tribunais de ética.

Lembrando que quanto ao uso da internet, o código de ética e todos os regulamentos da OAB são amplamente favoráveis ou permissivos quanto ao uso da internet, os mecanismos modernos né, que a informática nos trouxe, a manutenção de sites, tudo isso a OAB vem autorizando. Existem ainda as duas proibições tradicionais: nunca se pode oferecer serviço, nem prometer resultado.

Então nem por meio de site, nem por meio de contas em redes sociais isso pode ser feito. De vez em quando surge uma ou outra recomendação das OABs regionais. Então, por exemplo, eu recebi um post muito interessante no direct do Instagram de uma aluna, uma advogada, na verdade eu nem sei se ela é minha aluna ou simplesmente acompanha os meus conteúdos, dizendo que a OAB de Minas Gerais baixou uma resolução recomendando, não sei se vocês viram isso, recomendando que não fosse feito um anúncio de serviço da advocacia porque isso poderia caracterizar uma mercantilização do exercício da nossa profissão e nós temos, a bem da verdade, em âmbito federal e nas principais, nos conselhos né, regionais, nas seções, subseções, nós temos uma lacuna quanto ao impulsionamento de conteúdo.

Sempre é possível que sobrevenha uma regra nova da OAB estabelecendo uma proibição de impulsionamento de qualquer tipo de conteúdo por advogado, vai ser sempre possível, as normas estão sujeitas a mudança, mas eu me surpreenderia muito se isso acontecesse porque eu sempre digo a OAB tem muita coisa mais séria pra se preocupar do que ficar procurando pelo em ovo de quem está tentando sobreviver no exercício de uma profissão que nos é vendida como sendo de um jeito e que se revela completamente o oposto daquilo que nos foi vendido.

E uma observação muito pessoal minha, não sei se vocês compartilham desse ponto de vista, quem nos ajuda na advocacia é muito pouca gente, que nos ajuda de fato assim, desinteressadamente, é muito pouca gente, agora o que tem de gente para atrapalhar é uma coisa assustadora, então ajudar mesmo ninguém quer, agora atrapalhar o exercício da nossa profissão, a nossa vida, a forma do nosso sustento é uma coisa incrível.

Então um regramento como esse que, em tese, ainda seria possível, estabelecendo uma proibição de impulsionamento de qualquer outra coisa contrariaria essa tendência da gente usar cada vez mais a internet em favor da nossa profissão, porque eu sempre tenho dito que as regras da OAB sobre o uso dessas novas técnicas, elas são na verdade um desdobramento das proibições tradicionais para a internet.

As regras que sempre existiram proibindo práticas mercantilistas na advocacia, elas se projetam também para internet, o que é uma coisa óbvia: se eu não posso fazer um anúncio de um serviço meu oferecendo o serviço por um homem-placa, oferecendo o serviço num jornal, oferecendo o serviço por panfletos, eu também não posso oferecer serviço no meio digital, isso é uma coisa que para mim sempre foi óbvia.

Se eu não posso me insinuar para clientes, pegar um lugar qualquer, uma grande indústria e ficar lá na porta dizendo que eu sou advogado, se alguém ali tem algum problema trabalhista, não posso insinuar no mundo físico, também não posso insinuar no mundo digital. Então me parece óbvia que a realidade é essa: a projeção que a OAB faz das regras para o uso de publicidade na internet é um mero reflexo da proibição que já existe há tanto tempo de publicidade no mundo físico.

Ô Mazza essa orientação da OAB de Minas não te preocupa? De forma alguma. Primeiro porque uma orientação não é uma proibição, segundo que essa orientação ela não faz uma distinção, que é muito essencial entre o impulsionamento de conteúdo meramente informativo e o impulsionamento de anúncio de serviço, e para mim é óbvio que o regulamento da OAB de Minas diz respeito ao segundo tipo a proibição de impulsionamento e anúncio direto do oferecimento de serviço, é óbvio. Isso aí a OAB de Minas nem precisaria recomendar porque isso já está proibido no nosso código de ética e nas resoluções da OAB Nacional. Agora eu não vejo, essas normas que começam a pipocar em diferentes estados com recomendações como essa, eu não vejo como uma proibição – porque elas não são-, ao impulsionamento de conteúdo informativo.

Então há uma tendência a que essas normas elas deixem de existir, essas restrições, porque ninguém mais aguenta uma advocacia tão amarrada, uma advocacia com tantas, tantas regras restritivas, órgãos de classe que são muito bons pra atravancar a nossa vida, são incrivelmente competentes para cobrança de anuidades, incrivelmente competentes, é uma coisa assustadora como não falha nunca o envio do carnezinho.

Eu não sei nem como, mas nas minhas contas bancárias tá até cadastrado no DDA o valor da anuidade né, aquele cadastramento lá que, sei lá como que eu explico, que é um DDA acho que você sabe né, que aparece direto ali para pagar a conta, as minhas anuidades aparecem ali e eu não lembro de ter cadastrado isso.

As contas que eu quero que apareça no DDA eu tenho dificuldade de colocar, mas de repente tem anuidade ali. No momento de crise que nós vivemos, ninguém na OAB cogitando de estabelecer um desconto de cinquenta por cento na anuidade ou uma moratória que seja ou não cobrar por um exercício que seja assim, então o órgão de classe ele nos atrapalha muito, eles não dão folga, que só aumenta esse valor, as inscrições no exame de ordem elas são cada vez mais caras, por uma prova de qualidade obviamente discutível, eu não acredito que alguma pessoa que seja de fora dos quadros da OAB defendeu o exame de ordem tal como ele é realizado hoje, uma pessoa que conheça a existência do exame de ordem.

Então todas essas coisas elas tornam a nossa profissão cada vez mais difícil e a tendência é que isso deixe de existir por uma pressão da realidade e não é possível você lutar contra a realidade. Há uma frase de que eu gosto muito, uma frase do David Bowie, se não me engano, ele diz assim: não tem como se evitar a chuva de cair, no primeiro pingo você pode ir lá tentar colocar sua mão, aí você coloca uma outra mão no segundo pingo, mas chega uma hora que não tem mais mão para tanto pingo assim.

O mundo da internet frente à advocacia é isso: a gente não pode impedir a chuva de cair, nós não podemos proibir que os advogados utilizem em favor do seu sustento, essas formas de impulsionamento de conteúdo informativo até pro oferecimento de serviços. A minha aposta é que essas restrições caiam no curto prazo.

Mas o que eu quero dizer no final desse nosso episódio aqui é que tudo que nós gastamos com a estrutura física de um escritório pode ser economizado, tende a não fazer sentido e esse recurso seria muito melhor direcionado para prospecção de clientes, sempre respeitando as regras da OAB, nunca abrindo mão de uma interpretação conservadora dessas regras, para evitar problemas tá, mas usar esse recurso para uma prospecção dentro das regras do OAB feita onde o cliente está.

A gente não consegue mais encontrar o cliente em lugar nenhum, o cliente está em casa lá, tá de quarentena como todos nós, então de alguma forma a gente tem que chegar nas pessoas e vai ser pelo celular, já tá sendo pelo celular, essa é a realidade e vai chegar uma hora que a OAB vai abrir os olhos para perceber que a advocacia está agonizante e os profissionais não estão conseguindo se sustentar na nossa profissão, que nós estamos atrás de boias de salvação, ninguém tá querendo navegar com a lancha 200 km por hora, nós precisamos de uma boia de salvação.

O que eu venho falando aqui nas minhas Lives, semana após semana, quatro vezes por semana, é que advogar para servidores e entrar na advocacia tributária são boias de salvação para gente ter uma luz no final do túnel em vez de a gente começar a se questionar se valeu a pena mesmo a gente entrar na faculdade de direito ou se não teria sido melhor a gente gastar nossa energia e os nossos recursos e o nosso tempo no outro tipo qualquer de formação, porque isso começa a acontecer e eu tenho mostrado, para quem acompanha meus treinamentos, para que acompanha as minhas Lives, que a gente não precisa ficar como a maioria absoluta dos nossos colegas em absoluto desespero, enquanto as pessoas estão paradas na advocacia esperando para ver o que vai acontecer, a gente tem que utilizar esse momento como o momento da virada. Enquanto todo mundo está olhando para os lados esperando que um milagre ocorra no exercício da nossa profissão, a gente tem que usar esse exato momento para investir em capacitação, para buscar novas frentes de atendimento no escritório, porque os problemas não se resolvem sozinhos e se eu tiver uma goteira na minha casa não dá para eu esperar que o problema vai se resolver sozinho.

Qual que é a tendência se tem uma goteira de que eu não cuido, se deu cupim no imóvel de alguém? Não adianta achar que o problema vai se resolver sozinho, você sabe qual é o futuro de um imóvel com cupim que não seja tratado, se um carro está enferrujando. Se eu cruzar os meus braços aquilo não vai desenferrujar, o processo não vai ser parado, então com o exercício da nossa profissão o raciocínio é parecido: se a coisa não está indo bem, ela não vai se resolver sozinha.

Bom eu digo que pela minha experiência é ao contrário: se a gente levar, deixar a maré levar, o que tende a acontecer ou é uma estagnação, uma retração dos nossos ganhos, então a gente tem que, na imagem que eu uso em todas as Lives aqui, colocar o avião com bico para cima, porque ainda que a gente cresça devagar, pelo menos isso nos dá uma esperança e nos dá um sentido de usar nossa profissão como um meio para a realização dos nossos sonhos.

Não é difícil imaginar alguém que considera Advocacia um fim em si mesmo, a pessoa em que todos os sonhos convergem para uma atividade na advocacia, que seja incrível, eu não tenho encontrado pessoas assim. O que eu tenho encontrado são pessoas que querem usar advocacia como um meio de fazer o bem para as pessoas, para resolver problemas do cliente, porque tem essa função social óbvia também a nossa profissão, mas pessoas que, em última medida, todos nós queremos recurso para sustentar a nossa família, para gente se sustentar, para a gente conseguir investir na capacitação, para a gente conseguir viajar, comprar um carro, melhorar de casa e não há nada de errado em pensar na advocacia como um meio de prosperidade, desde que a gente não viole nenhuma norma do ordenamento e de que não faça mal para os outros.

É um dos mais poderosos motores da nossa vida a busca por uma melhoria financeira nossa e das pessoas que nós amamos, não tem nada de errado eu sempre tenho dito que uma das razões mais importantes para eu ter optado por uma faculdade de direito lá no começo de 1993, veja só, em que eu fiz essa escolha, uma das ações mais importantes porque eu queria sim ganhar dinheiro, eu queria sim morar num lugar legal, eu queria sim poder pagar a boa escola para os meus filhos, ter um carro bom, poder trocar de carro, viajar e não vejo nada de errado com isso, a advocacia como um meio para a realização dos sonhos e não como uma finalidade em si mesma.

Isso para mim não entra na minha cabeça, para mim não tem sentido nenhum a vida girar em torno da profissão, para mim isso não faz sentido, mas essa é minha opinião, essa minha realidade, não sou dono da verdade, claro que vocês têm absoluto direito de pensar diferente, mas é o jeito como eu enxergo as coisas.

Eu tenho dito: eu sou da turma de 1998 tá, pronto lá se vão 22 para 23 anos em que eu saí da faculdade de direito, em que eu vim para o mercado, hoje depois de muita ralação, muita ralação, eu posso dizer que financeiramente eu já tenho uma vida estável, sou muito bem casado, graças a Deus e às minhas escolhas também, minha mulher é procuradora do Estado, merece muito a remuneração boa que ela tem, eu tenho meus livros graças a Deus e a muito sacrifício meu e a minha Editora Saraiva e Rideel que publica os meus Vade Mecum também, hoje eu poderia viver dos meus livros daria já, tenho o meu apartamento, moro numa região aqui, numa travessa da Paulista que não é a região mais cara do mundo, mas também não é barato viver aqui, minhas filhas estudam em bons colégios, eu tenho um ou outro imovelzinho aí para me ajudar, mas foram 22 para 23 anos de ralação.

Você não precisa esperar tanto tempo assim, você não precisa investir o tanto que eu investi de capacitação, siga acompanhando as Lives aqui que eu vou te mostrando qual é o caminho para a gente estabelecer parcerias na Advocacia em favor dos Servidores Públicos e nos outros programas.

Na advocacia tributária eu estou formando um time de advogados que começando do zero vão ter uma estabilidade financeira, vão voar na Advocacia em favor de servidores e o que tenho dito para eles é o seguinte: eu não tenho uma atuação desinteressada em tudo isso que eu faço, não é porque eu sou santo, eu sou um benemérito, não é por isso.

Eu tenho um objetivo neste momento profissional em que eu vivo de não ter mais cliente, eu não quero ter causa minha mais, eu quero advogar para os seus clientes, junto com você, então eu tenho formado esse time, minhas turmas da advocacia tributária já estão em duas turmas que começaram já, eu já fiz duas vezes o treinamento, agora eu estou fazendo pela segunda vez o treinamento da advocacia em favor de servidores públicos e claro que eu tenho interesse nisso. E eu acho engraçado às vezes no meio do meu treinamento de vez em quando ainda aparece a pessoa diz assim: “Ah Mazza, mas no final desse treinamento aqui, no final dessas aulas dessa semana, você quer vender o seu curso”.

Ô gente a pergunta que eu faço é a seguinte: essas pessoas trabalham de graça? As que fazem esse tipo de comentário? Elas vivem do que? E elas atendem clientes cem por cento do tempo só para ajudar o cliente gratuitamente? E se elas fazem isso, de onde que é a fonte de sustento dessas pessoas? Porque é óbvio que depois dos meus treinamentos vai ter um curso completo, cara eu faço treinamento grátis durante uma semana, quem acompanha os meus treinamentos sabe que eu entrego muito conteúdo, eu dou material escrito, o treinamento é 100 por cento gratuito e as aulas tem 40 minutos uma hora, às vezes duas horas, como aconteceu no treinamento da advocacia tributária, tenho uma equipe de 80 advogados assistentes que me ajudam na produção de conteúdo, que me ajudam na identificação de causas que sejam relevantes e economicamente importantes, eles trazem essas causas de dentro dos escritórios, eu aplico no meu treinamento, eu faço, eu fiz aqui quatro vezes por semana, eu adoro fazer as Lives, mas são 40 minutos, uma hora, uma hora e meia às vezes em cada uma dessas Lives em que eu poderia estar com a minha família,  que é do outro lado da porta, aqui é o escritório da minha casa, mesmo do outro lado da porta, já mostrei várias vezes, provavelmente agora Luísa está no sofá ali, o pudim louco para entrar, a minha mulher me esperando, a Duda querendo falar comigo, eu podia, mas eu tenho muito prazer em fazer o que eu faço e tenho obviamente esse interesse.

Então eu tenho ensinado os caminhos para uma advocacia de resultado financeiro bom e depois eu tenho dito para os meus alunos que eu quero que você me procure depois, quando você tiver voando, não vai esquecer, quero que você me procure para gente dividir casos, clientes, seus casos de grande impacto financeiro e que a gente atue juntos e eu te ajude, se você achar que é o caso, ou então você peça um parecer, uma sustentação oral. Esse é o meu objetivo.

Vai ter curso no final do treinamento? É óbvio que vai ter curso, porque a minha escola não vive só de benemerência, às vezes eu faço por meio da minha escola, mas a estrutura precisa ser paga, assim como a estrutura do escritório de quem faz esse tipo de comentário suponho que também tem que ser paga com atividade profissional.

É isso, eu lembro que a uns 20 anos atrás, um sujeito que era do meu convívio na academia, de quem, de onde eu treinava, ele chegou para mim e falou assim: “Ô Mazza eu sou contra o modelo editorial no Brasil”. E por que que você é contra? Ele falou assim: não deveria existir direito autoral por livros. Eu falei nossa é uma posição bastante arrojada. Aí ele falou assim toda publicação tinha que ser de distribuição gratuita na internet para quem quisesse.

Então ele falava em direitos autorais livres: publicou qualquer pessoa poderia ter acesso. Aí eu que já tinha os meus livros, que sei das dificuldades pelas quais o mercado editorial passa, o trabalho que deu para Saraiva virar a Saraiva, a líder do mercado de nível jurídicos, eu pensei e falei para ele “então você faça o seguinte: você publica alguma coisa que as pessoas têm interesse de ler e você distribui gratuitamente vai ser muito bem-vindo agora você falar que os livros que nós autores publicamos, pelas nossas queridas editoras, que têm uma estrutura caríssima, o livro hoje físico, é um livro caríssimo de ser produzido, a indústria do Papel inteira trabalha com matéria-prima importada em dólar, daí você imagina o tamanho da crise que o mercado editorial passa e o sujeito vem falar que os livros que nós publicamos deveriam ser distribuídos gratuitamente.

Eu apostava na época e hoje eu dobro a aposta, de que aquele sujeito não teria nada que ele pudesse escrever que interessasse minimamente os outros e um único caminho seria distribuir de graça mesmo, porque não haveria um cristão na face da terra disposto a pagar qualquer coisa pelas ideias daquele sujeito. Então assim funciona a vida e é óbvio que vai ter um curso oferecido depois do treinamento, eu vivo de cursos, mas eu tenho no fundo esse interesse pelas parcerias no momento profissional que eu vivo, é verdade, eu quero ganhar dinheiro com parcerias sem ter clientes meus para nós temos clientes nossos.

Já começam a chegar propostas de parceria, tenho recebido muitas e muitas mensagens, mensagens diretas nas redes sociais, mas eu tenho priorizado parcerias com os meus alunos porque eu não consigo analisar pedidos, ou sugestões de parcerias ou propostas, é a palavra certa de parcerias, de todo mundo que apresenta porque às vezes o caso é pequeno, às vezes o caso tem um potencial mas esse potencial ainda não se revelou numa realidade financeira, às vezes a pessoa precisa que eu arrume um caso, então ela tem ali uma consulta, quer que eu tire dúvidas e essas coisas são muito difíceis deu atuar agora.

Se o caso vem redondo eu tenho preferido, os encaminhamentos realizados, encaminhamentos dos alunos dos meus cursos inclusive, porque eu sei que nos cursos ali a pessoa sabe do que está falando, ela entende daquele assunto. Tá bom?

Então esse foi mais um episódio do nosso programa “Eu Advogando Para Servidores Públicos” como sempre abri aqui meu coração, não sou dono da verdade, então respeito quem tem opinião diferente da minha, essa é só a minha verdade, como eu gosto de dizer, eu tenho certeza que você tem a sua verdade, que não necessariamente você concorda com tudo que eu estou falando aqui, mas essa é a forma como eu vejo as coisas do alto dos meus 45 anos e 22 aí para 23 anos de exercício da profissão, de livros, tantos livros publicados, de alunos da minha escola que estão dando a virada de mesa na advocacia e a formação e a capacitação que me custou tanto dinheiro, tempo e energia, a forma como eu vejo hoje, posso mudar obviamente, estou aberto a mudanças. Se tem uma das coisas que eu mais estranho na vida é aquela pessoa que chega no final da vida e diz assim “ah não me arrependo de nada que eu fiz”, eu me arrependo de tanta coisa, pode ser que minha opinião de hoje gere um arrependimento daqui algum tempo, eu mude de opinião, isso acontece constantemente, inclusive porque sobre muitos assuntos eu não tenho certeza, não tenho opinião formada e não saio falando qualquer coisa, tem coisas que eu realmente não consigo dar conta na nossa realidade, do nosso país, a realidade política eu não sei explicar, não tem caminho na minha cabeça, então eu fico quieto, não compartilho uma ideia que na minha cabeça tá pela metade, tão claro, que eu mudo bastante, que opinião é uma forma diferente de enxergar advocacia, essa que eu tenho eu diria aqui é uma forma bem pé no chão, sem aquele glamour que as pessoas de fora acham que a nossa profissão tem, mas na verdade a nossa profissão é uma ralação danada, não tem glamour nenhum e essa frase que eu adoro as pessoas acham que a vida do advogado é só glamour, mas na verdade ela é muita ralação, não é uma frase minha, ela é uma frase de uma aluna do curso de advocacia tributária, eu não tenho autorização para falar o nome dela por isso que eu não vou dar o crédito, mas eu faço muita pesquisa entre os meus alunos para implementar melhorias nos meus cursos, eu quero entregar um curso que seja do jeito que atenda a necessidade das pessoas.

Por muito tempo eu cometi esse erro de oferecer cursos que eu achava o máximo. Então eu tinha meus cursos da minha escola e logo que eu rompi os contratos de exclusividade com as empresas onde eu trabalhei, que eu atravessei, queimei a ponte, eu saí lançando os cursos que, do meu ponto de vista, seriam os melhores.

Aí com o tempo eu percebi que as pessoas não queriam os cursos que eu achava os melhores, as pessoas tinham as necessidades delas de curso e eu, como professor, eu tinha e tenho a obrigação de resolver problemas, de atender necessidades dos meus alunos, porque eu não posso criar uma coisa que agrade exclusivamente a mim, porque isso vai gerar um produto que não vai ter interesse, alguma coisa que não vai produzir consequência nenhuma.

Então eu fiz essa pesquisa com muitos dos meus alunos da advocacia tributária, agora eu estou para lançar essa pesquisa também para os meus alunos da advocacia em favor de servidores públicos, e eu perguntei para os meus alunos quais são os sonhos deles na advocacia, sempre pergunto também quais as principais dificuldades que eles enfrentam para eu tentar ajudar a superar essas dificuldades e das preciosidades que eu colhi dessas respostas foi justamente essa frase que eu repito que nem um papagaio nas minhas Lives, nos meus vídeos de impulsionamento de conteúdo, eu sempre digo isso: as pessoas elas acham que a vida do advogado é só glamour, só que elas não tem ideia do tamanho da ralação que é, eu não sei se quando as pessoas pensam em advogado lembram de filmes americanos, elas lembram de séries, eu não assisto não, mas a minha mulher é muito fã de Suits, que é uma série que se não me falhe, se não erro, nunca comentei no meio aqui porque eu não assisti, que trata da vida supostamente de advogados.

E aí tem aquelas pessoas que estão sempre bem-vestidas, impecavelmente, que são pessoas lindas, que nunca estão suadas, que nunca se cansam e eu fico pensando que é uma ficção mesmo, não tem obrigação nenhuma de revelar a verdade por que não é um documentário, se tivesse que revelar a advocacia como ela é, seria um documentário e não uma série pro nosso entretenimento, mas eu tenho impressão que as pessoas têm essa imagem filtrada a partir de séries de televisão a respeito de como é a nossa profissão e muitas vezes a gente embarcou também nessa conversa.

Quem nunca, quem nunca chegou a cogitar de fazer a faculdade de direito, de exercer a advocacia se imaginando numa cena parecida com aquela dos filmes glamourizado, das séries norte-americanas que fazem tão bem pra gente, pro nosso entretenimento, mas que não passam disso né, de ficção, de entretenimento, de qualquer coisa menos a realidade.

Então é isso: espero que tenha feito sentido alguma coisa que eu disse, eu sei que se você concorda, muito bem, se você discorda depois você me manda mensagem direta com seu ponto de vista que eu estou muito interessado também na opinião dos outros, porque as opiniões que eu já tive muitas delas me decepcionaram.

Então eu tenho muito interesse em saber quais são as suas necessidades, quais são os seus sonhos, porque afinal o meu objetivo agora é ajudar você a superar os obstáculos da profissão, ajudar a enxergar a luz no final do túnel e eu faço isso de forma nada desinteressada para atingir esses objetivos pessoais, que eu já comentei com você.

Valeu gente, me mandem mensagens depois pelas redes pra gente ir compartilhando pontos de vista distintos. Se você gostou dá uma curtida aí nesse vídeo pelo YouTube, pelo Face, pelo Twitter, se você assistir ao vivo aqui pelo Instagram, põe o coraçãozinho aí.

É isso, tá bom? Muito obrigado, nos vemos no próximo episódio desse programa “Eu Advogando Para Servidores Públicos”, que tem o objetivo de auxiliar quem está começando do zero e quer abrir uma nova frente de atendimento no escritório que é defesa de servidores públicos.

Valeu, gente.

Até a próxima, desculpem o desabafo aí, mas tamo junto.

Transmitido ao vivo dia 25 de março de 2021.